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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Remember

          Imersa nas lembranças de minha infância, voltava ao ano de 1999, sentada num banco da praça esperando ansiosamente o retorno de minha mãe com um sorvete sabor chocolate. Pele morena, rostinho de bolacha, corpinho de bisnaguinha, descrições um pouco engraçadas para uma criança; mas prefiro algo engraçado do que dizer que era magra como uma vareta e tinha pele verde como um dinossauro! Observava atentamente cada detalhe daquela lembrança que me vinha cabeça... Mamãe estava gravida, eu teria uma irmãzinha e isso me deixava cada vez mais maravilhada, seria alguém para brincar e cuidar. Confesso que o ciúmes era inevitável, afinal eu tinha apenas cinco anos de idade e não estava acostumada a dividir a atenção dos meus pais, principalmente de minha mãe que sempre fez tudo por mim. Mas além disso, além de qualquer coisa, era um bebê e eles sempre foram a minha paixão. Mamãe sempre me deixou escolher roupinhas, brinquedos, sapatinhos, o berço e até o carrinho; participava ativamente nas escolhas sobre aquilo que minha irmã usaria. São tantas lembranças de minha infância, tantas fotos segurando alegremente minha pequenina irmã nos braços, tantas recordações de momentos que passamos todos juntos. Eu, mamãe, papai e minha irmã. Cada foto apertava um pouco mais meu coração, a saudade era eminente, fazendo assim com qe singelas lágrimas molhassem minha face, agora alguns anos mais velha. Os momentos passam tão rápido, a vida passa diante de nossos olhos e se não prestarmos atenção ela escorre entre nossos dedos, como grãos de areia da praia. As vezes gostaria de ter uma máquina do tempo, para poder observar de longe os momentos que vivi durante estes meus ‘poucos’ anos de vida; poder ver como papai e mamãe se conheceram, sorrir bobamente com a expressão de completa felicidade de papai ao saber que mamãe estava grávida de mim, rir espontaneamente com minha irmã correndo de fralda pela casa segurando um dos pintinhos que ganhamos na festa junina da escola e dizendo ‘Mamãe, mamãe’... A infância é um tempo que de qualquer forma marca da vida das pessoas, sendo ela boa ou ruim, sem dúvida alguma posso dizer que tenho orgulho da minha infância, pois pude sentir o gosto de ser uma Princesa única, mas depois dividir o posto com uma doce pessoa. Magra, estatura média, cabelos castanhos e lisos, gênio forte e atitude genuina, estas são pocas palavras que poderiam descrever minha irmã. Batalhadora, baixinha, atenciosa, alegre e forte, está sem sombra de dúvidas é mamãe. Genioso, alto, inteligente, um pouco rude as vezes, mas com um coração do tamanho do mundo ou até maior, este é papai. Família, tradução do que é o amor verdadeiro e eterno, nada quebra as ligações, nada apaga, nada muda. Revirando um pouco mais o albúm de fotografias, avistei a foto de alguém que foi e sempre será totalmente especial para mim, um anjo que guia a todos da Família Melo, lá de cima. Tio Paulo. Paulinho. Bola. Não importa a denominação de tratamente, será sempre um anjo. Alguns anos após sua morte, uma chaga incurável no coração de todos, outro anjo estava nascendo... Uma criança, uma menina, uma luz, uma paz, um amor eterno. A Pequenina Elli, conquistando os corações de todos que a conheciam, todo aquele jeitinho maluquinho, um doce de criança; birrenta as vezes, mas sempre conquistando todos a sua volta. Deixando de lado as fotos da família,foquei meus olhos em fotos minhas, uma linha crescente, desde fotos de mamãe grávida, até os dias atuais; mas, sinceramente, ainda vejo o rostinho de bolacha, o corpo de bisnaguinha e aquele sorriso infantil. Quando queremos ultrapassar o tempo, acabamos sendo puxados para baixo, dilacerados pelos dragões de escolhas erradas, assustados pelos medos que muitas vezes tentam ser maior que nós mesmo; mas além de tudo, quando tentamos mudar algo que sentimos é como se estivéssemos tentando fugir de algo que definirá sua vida. O amor por exemplo, quando tentamos fugir, correr, trapacear ou até mesmo curvar; as consequências vão de mal a pior, pois um coração nunca pode ser enganado, não totalmente e quando as verdades vem a tona, ele parte-se em trilhões de pedaços e faz-te sentir minúsculos, um grão de areia em meio a todo o planeta. Complicado demais? Talvez. Sentimentos são para serem sentidos, o amor pela família é inegável e o amor de um homem por uma mulher, pode até ser modificado, mas jamais esquecido. Ter lembranças mantém aquecido o coração dos ‘homens’, tentando não deixar com que fujam daquilo que realmente são. Estas fotos lembram meu passado, mas me fazem querer o melhor para o meu futuro. Mas e você? O que deseja para si mesmo? Ter lembranças, arriscar, buscar a felicidade, errar e acertar, enfrentar com bravuras os dragões e receber borboletas; ou ter uma vida, alma e coração vazios? Pense, pare e veja.

  Talvez tenha me perdido um pouco, um dragão estava gritando para sair e tentei libertá-lo da melhor forma; talvez não tenha conseguido, mas é bom ao menos compartilhar. Não estou me sentindo muito bem para coisas gramurosas e chamativas, contento-me com sentimentos verdadeiros e uma Isabella magoada, confusa e com certa raiva. Desculpem-me, mas esta sou eu, nem sempre doce, nem sempre clara, apenas eu...
  
                                                      

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Eu sei, já não há mais razão pra solidão.

"Viverei cada passo dos seus planos e viverei mais feliz"

    Era mais uma manhã de outono, aparentemente como outra qualquer. A noite anterior não tinha sido das melhores, afinal mal havia pregado os olhos. A causa disso eram terríveis pesadelos, que perturbavam meu sono, fazendo-me acordar extremamente agitada, algumas vezes até gritando.
Encontrava-me sentada na varanda de minha casa, trajava um xale preto de lã por cima do pijama, rosa claro de frio. Tomava meu chocolate quente matinal, mas este se encontrava com um gostinho especial; talvez fosse pelas raspas de chocolate ao leite que misturei a ele. Fui logo a primeira xícara que encontrei limpa, porque afinal a cozinha e todo o resto da casa estavam completamente bagunçados; uma verdadeira desordem.
O motivo de minha vida estar este maremoto era uma saudade monstruosa que me apertava o peito e, pouco a pouco dilacerava meu pobre coração. Com isso, permaneci quase totalmente exilada do mundo por exatamente duas semanas; desconectei os fios do telefone, deixei o celular em qualquer lugar, não via mais as pessoas que amava, ou seja,família e amigos. Sentia-me totalmente deprimida, acho que esse era o real motivo de não querer ninguém perto, afinal ninguém merecia ficar mal por minha causa. Talvez um pensamento totalmente errado, mais era assim que eu pensava. Nem o pobre Tom, meu filhote de Rusky, eu quis mais por perto, só lhe alimentava e dava-lhe água, nada mais. Estava decidida a ficar sozinha.
Permaneci na varanda, por aproximadamente uma hora ou mais, totalmente entregue as lembranças de um passado ainda presente. Algo que me fazia extremo bem relembrar, era o sorriso perfeito que Bruno esboçava ao me ver, o abraço caloroso e apertado, o brilho incandescente de seus olhos e o sabor de seu beijo suave. Bruno, era mais que um namorado,ele havia sido a minha vida durante os últimos anos. Posso afirmar até, que eu vivi os melhores momentos de minha vida ao lado dele, as melhores tardes enroladas num edredom cheirando amaciante sobre o sofá da sala, os melhores jantares com um bom vinho do Porto pra acompanhar, os melhores passeios pela praça Central... Ah foram tantas e tantas coisas vividas!Mas, acho que tudo o que passamos só teve real importância para mim, pois na primeira oportunidade de ir para Londres ele foi,me deixando aqui sozinha. Encontrei apenas um bilhete no criado mudo do meu quarto, dizendo que precisava ir e não queria incomodar meu sono. Até hoje não entendo como ele pôde fazer isso comigo, é muito cruel; eu dediquei minha vida a ele e foi assim que me retribuiu. Parei de me torturar com tudo isso, balancei a cabeça pra espantar os pensamentos e dei um longo suspiro dizendo a mim mesma, “Claire,não se torture mais,não vale a pena”.
Depois de todas as lembranças virem a tona outra vez e meu coração apertar ainda mais, resolvi voltar para dentro de casa. Parei na sala e dei uma olhada por toda aquela bagunça, fui pegando tudo que estava espalhado e colocando no lugar; fiz o mesmo com a cozinha. Tomei então a iniciativa de retornar a ligação de Rodrigo, um homem muito atraente que havia conhecido a duas semanas. Combinamos um jantar, ele passaria em minha casa e me pegaria as 20:00h, mal podia esperar por isso. Então resolvi ir para meu quarto, tomar um belo banho de banheira relaxante. Subi as escadas levemente eufórica, afinal a tempos eu não saia com um homem,ou melhor a muito tempo que eu não saia de casa.
Adentrei ao quarto e depois ao banheiro; tirei as roupas e joguei no cesto que se encontrava abarrotado de roupas sujas. Liguei as torneiras da banheira, enquanto a água ia tomando conta de todo o interior dela, aproveitei para limpar minha pele e passar uma mascara facial anti-rugas. Morar sozinha tinha suas coisas boas; ninguém me pegaria com o rosto todo verde parecendo um monstro de histórias infantis. Olhei a banheira e esta já se encontrava cheia, entrei nela delicadamente, sentindo a água quase quente, tocar minha pele. Peguei o controle do rádio que estava ao meu lado e coloquei em uma música qualquer,porém calma e que levasse embora todas as energias ruins que estavam sobre mim.
O banho durou tempo suficiente, para eu me sentir como se fosse outra mulher. Uma mulher mais livre, leve e solta eu diria. Enrolei-me no roupão macio e saio do banheiro sentindo-me muito bem, totalmente diferente da forma como me sentia a horas atrás. Ao som de Bella’s Lullaby,caminhei até meu closet em busca de algo bonito,de bom gosto de que me agradasse. Olhei as muitas peças de roupa, mas não havia nada que me agradasse; pensei um pouco e me lembrei que havia comprado, a alguma semanas atrás,um belo vestido. Procurei-o e lá estava ele, num cantinho, ainda com a etiqueta da loja; um dos vestidos mais caros e lindos que eu comprará na vida. Era vermelho sangue, uma cor que eu amo por sinal, com uma decote em V grande e ao mesmo tempo delicado, vinha na altura dos joelhos e tinha uma abertura na perna direita que ia até a coxa. Para combinar comprei uma sandália com salto fino e um tanto quanto grande, com uma pequena fivela de borboleta com strass. Sem duvida alguma, uma ótima combinação.
Coloquei-os sobre a cama e andei até minha penteadeira, onde se encontrava minha enorme maleta de maquiagens. Começei hidratando a pele, com um creme especial para peles oleosas que era o caso da minha; passei um pó em meu tom de pele, tirei todo o excesso com um pincel grande,escolhi uma sombra prata e branca,esfumacei os cantos dos olhos,fiz um leve traço com delineador,passei uma mascara para cílios com volume,usei o curvez para realçar ainda mais meus olhos e por fim um blush rosado. Era chegada à hora de me vestir para o tal jantar com Rô, a forma doce como eu o apelidara. O vestido realçava as curvas de meu corpo, e a abertura na coxa dava um ar mais sensual ao visual. Calcei as sandálias e voltei à penteadeira em busca de minha caixa de jóias, peguei um colar e brinco de pérolas. Olhei-me no grande espelho do quarto, estava realmente e inegavelmente linda. Escolhi um perfume próprio para noite e borrifei um pouco entre os seios, nos pulsos e um pouco no vestido. Faltava apenas o cabelo, não tão difícil para alguém que já fez cursos de penteados. Fiz um coque alto no cabelo, deixando a franja solta, prendi-o com uma presilha prata com algumas pedrinhas de strass branco e passei um pouco de fixador, para não correr riscos de ficar despenteada em meio à noite. Estava pronta, e em menos de 10 minutos Rodrigo estaria buzinando no portão, a minha espera. Escolhi uma bolsa pequena, contendo apenas os documentos, dinheiro, um gloss incolor e mais tardar as chaves da casa.
Desci as escadas,fui em direção a cozinha e encontrei Tom deitado num cantinho muito quetinho .Chamei-o dizendo que lhe daria comida, ele veio logo correndo, abanando o rabo na maior felicidade. Dei-lhe a ração e coloquei mais água em sua vasilha, pedi desculpas por tê-lo deixado tão sozinho e prometi que a partir daquele momento eu não faria mais aquilo. Ele apenas abanou ainda mais o rabo, mostrando-me que estava feliz em ter-me de volta.
Lavei as mãos na pia da cozinha mesmo, sequei-as num guardanapo e em menos de 2 segundos, pude ouvir a buzina do carro de Rodrigo. Sim, a hora chegara e eu estava completamente ansiosa para vê-lo.Despedi-me de Tom, pedi que cuidasse bem da casa e joguei-lhe um beijo. Abri a porta da frente e lá estava ele,ainda mais charmoso e lindo que dá ultima vez que nos vimos. Sem sombra de duvidas, Rodrigo era um homem que qualquer mulher sonha e, nesse instante ele era a minha realidade. Esboçou um sorriso delicado ao me ver e eu correspondi também com um sorriso e um aceno com a mão esquerda. Tranquei a porta e caminhei até perto do carro, ele me esperava ao lado da porta do passageiro. Olhou-me atentamente e disse:
- Como você está linda Claire, a mais bela da noite,com toda certeza.
Senti minhas bochechas corarem com o comentário, mas o agradeci dizendo:
- Muito Obrigada Rô, você também está perfeito e com o perfume que eu gosto.
Ele sorriu e também fez as bochechas corarem. Segurou minha mão e beijou-a com todo carinho, abriu a porta do passageiro pedindo que eu entrasse no carro. Sentei-me e ele logo fechou a porta devagar, em poucos instantes estava sentado ao meu lado,no bando do motorista,olhando-me fundo nos olhos e notando cada detalhe do meu rosto. Ficamos trocando olhares por alguns minutos, até que eu sorri com carinho e ele então perguntou se eu estava pronta para ter a melhor noite da minha vida. Obviamente a resposta foi positiva e assim seguimos para um restaurante italiano, que por sinal oferecia as melhores massas da cidade. Chegando ao local, Rodrigo abriu a porta e novamente segurou minha mão. Deixou as chaves com o manobrista e adentramos no interior do restaurante abraçados, feito um belo casal de namorados. Ele tinha muito respeito por mim, só abraçou-me porque eu havia deixado, caso contrario entraríamos normalmente. O Metre do restaurante nos recebeu, mostrando-nos a mesa que já havia sido reservada, ficava na parte mais aconchegante e delicada de todo o interior do estabelecimento.

Rodrigo então, puxou a cadeira para que eu pudesse sentar e eu lhe disse baixinho ao pé do ouvido:
- Sempre tão cavalheiro Rô.
Pude perceber um sorriso bobo em seus lábios, quase imperceptível. Sentou-se na cadeira a minha frente e o Metre entregou-nos o cardápio. Escolhemos Canelonis de frango ao molho branco e um vinho do Porto para acompanhar. Enquanto esperávamos, conversamos um pouco, uma conversa muito saudável e sincera. Conseguindo até me fazer rir; ora ou outra ele dizia-me algum elogio e eu retribuía com um sorriso carinhoso. Comemos, apreciamos o belo vinho que Rô havia escolhido e conversamos mais um pouco. Já era tarde da noite, mais a tínhamos muito ainda que fazer. Rodrigo, disse-me que tinha uma surpresa e que eu certamente gostaria dela. Esperamos o manobrista trazer o carro, enquanto isso, tínhamos nossas mãos entrelaçadas e eu sentia o carinho leve que Rodrigo fazia em minha mão. Dessa vez, não foi ele quem abriu a porta do carro, mas sim o manobrista; pude ver uma careta de desgosto em seu rosto e ri baixinho. Olhei-o delicadamente e em poucos minutos estávamos conversando animadamente, enquanto ele dirigia sem pressa pelas ruas já escuras da cidade. Minha imaginação estava a mil, tentando saber onde ele me levaria. Mal olhava o caminho, conseguia apenas prestar atenção aos traços perfeitos do rosto dele, a forma doce como falava, o perfume forte que se misturava ao meu, o sorriso bobo e um tanto envergonhado quando percebia que o estava observando atentamente. Quando dei por mim, estávamos em um lugar meio escuro, estranhei é claro, mas confiava em Rodrigo. Ele percebeu que fiquei meio apreensiva e disse:
- Acalme-se minha Clai, sua surpresa já está por vir.
Eu sorri um tanto quanto sem graça e acenei com a cabeça positivamente.
Rodrigo saiu do carro, caminhou até a porta do passageiro e estendeu a mão para que pudesse me guiar. Sai do carro segurando firme sua mão, sentindo o chão em desnível abaixo de meus pés; ele passou a mão por volta de minha cintura, me mantendo extremamente perto e firme. Com isso, nossos rostos ficaram muito próximos, senti uma onda de calor bom por todo meu corpo; Rodrigo exitou um pouco no início, mais logo percebeu que eu também queria tanto quanto ele aquele beijo. Roçou seus lábios delicadamente nos meus, segurou mais firme as mãos na minha cintura e então me beijou, com todo o carinho e delicadeza possíveis. Segurei seu rosto com as duas mãos, fazendo um leve carinho em suas temporas, com a ponta dos dedos. Foi um beijo calmo, delicado, com todo o respeito e totalmente inesquecível. Ao final dele, dei-lhe um selinho e esbocei um sorriso, ele fez o mesmo. Abraçou-me um tanto mais forte, encostei minha cabeça sobre seu peito, podendo ouvir as batidas de seu coração. Ele sussurrou baixinho em meu ouvido:
Em 3,2,1...
De repente todas as luzes da cidade se acenderam, formando lindos pontos de luz. Fiquei completamente maravilhada com tudo aquilo que estava presenciando. Rodrigo, olhou-me nos olhos e sorriu,retribui o sorriso com um beijo leve e selei seus lábios delicadamente. Então, ele tirou o blazer escuro que vestia e colocou sobre meus ombros. Permanecemos abraçados, um passando o calor do corpo pro outro, trocando carinhos, beijos, olhares e sorrisos. E dali em diante tentaria ser feliz outra vez, me entregando ao momento em que vivia e a pessoa maravilhosa que Rodrigo era.



                                            

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Tradução das mentiras, todas ruins.


Se fosse algo passageiro, eu teria guardado, mas eu não queria mentir pra vs, isso não é certo, mentir é mal, muito mal, mentir é feio, é nojento, é inescrupuloso, mentir é pensar só em si mesmo e não nos outros, mesmo que digam que não é isso, mentir é egoísmo, mentir é privar alguém dos seus direitos, mentir é magoar. Mentir, é querer manter as pessoas que amamos longe, mentir é completamente ruim, pois chega uma hora que vs mesmo acredita na sua mentira, mas uma hora a vida nso surpreende e a mascara cai. Mentir faz com que sejamos pessoas ruins, que percamos nossa essência, mentir destrói sonhos, criando novos sonhos mentirosos. Mentir é o mesmo que querer que eu alguém viva obrigatoriamente o que vs quer. Mentir é como se vs quisesse entrar no corpo de alguém e fazer com que este alguém queira o mesmo que vs. Mentir é querer sonhar pelo outro. Mentir é querer que os outros sigam aquilo que vs quer. Mentir é saber que está errado mentindo, mas continuar com esse mar de mentiras mais e mais. Mentir é esquecer quem vs é e tentar fazer com que o outro também esqueça. Portanto, acredito fielmente que mentiras não levam a nada, apenas a alguém sem sua própria essência, sem saber quem realmente se é. Pois quando se entra no mundo das mentiras e se acredita em tudo o que se foi dito, a vida é imensamente colorida, mas de um instante para outro, tudo empreteja e perde o sentido. As palavras para consertar não serão o bastante, o tempo nos faz esquecer, mas no coração sempre ficam alguns filetes de mágoas, mesmo que não sejam completas, deixam marcas. As desculpas não irão mudar nada, o perdão sincero também não, mas estas são formas de se arrepender e isso apenas deve ser levado em consideração, quando o coração de quem foi enganado disser-lhe que pode confiar. És totalmente complicado perdoar as pessoas, mas o perdão é divino e não deve ser negado a ninguém, pois uma alma que adormece sem o perdão, se torna amarga e quando assim, encontrar um outro corpo para que se instale, levará consigo algo de ruim e que pode afetar o novo corpo em que esteja. Usn podem acreditar que as almas existem apenas enquanto se está vivo, mas há também aqueles que como a autora desde humilde texto; acreditam que as almas quando adormecem, tem um longo reposo, mas depois de se sentirem restauradas procuram um novo corpo para se instalarem. Não és uma questão de religião, és apenas uma opinião, cada um pensa de uma forma e isso deve ser respeitodo, pois todo e qualquer ser humano tem o seu livre arbítreo; sendo assim tem todo o direito de fazer suas escolhas em relação a modo de viver, de pensar e de agir. À aqueles que um dia mentiram, fechem seus olhos, pensem em coisas que elevem seu estado de espírito, parem apenas um instante e digam a si mesmos se mentir valeu a pena. Caso seu coração diga que valeu a pena, reveja tudo aquilo que suas mentiras lhe causaram. Agora, se seu coração disser-lhe que as mentiras só lhe transformaram em alguém um tanto quanto longe daquilo que era, parabéns, afinal vs pôde descobrir que mentiras são coisas ruis e que a verdadeira felicidade só pode ser construída com base nas mais puras, límpidas e cristalinas, verdades.
Texto iniciado junto a uma conversa com alguém de total importancia para mim, senhorita Anne Jereissati. Não estou me referindo a nada do que vivi e nada do que me fizeram passar até hoje, és apenas a minha concepção sobre mentiras. Caso eu magoe alguém, peço-lhes minhas sinceras desculpas, não era minha intensão. Dedico esse texto também a Mari e a Bia, mulheres importantes na minha vida, que eu amo muito.